HOMOFOBIA CRIMINALIZAÇÃO

STF retoma hoje julgamento sobre criminalização da homofobia

Ministros devem definir se Corte pode criar regras temporárias para punir agressores do público LGBT, devido à falta de aprovação da matéria no Congresso


O Supremo Tribunal Federal retoma nesta quinta-feira, 14, a partir de 14h, a conclusão do julgamento da ação protocolada pelo PPS para criminalizar a homofobia, caracterizada pelo preconceito contra pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis).
A possibilidade de criminalização é debatida na ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO) número 26, sob a relatoria do ministro Celso de Mello, e tramita no STF desde 2013.
Os ministros devem definir se o Supremo pode criar regras temporárias para punir agressores de LGBTs diante da falta de aprovação da matéria no Congresso Nacional, e se os parlamentares devem ter um prazo para legislar sobre o tema.
No entendimento do PPS, a minoria LGBT deve ser incluída no conceito de “raça social” e os agressores punidos na forma do crime de racismo, cuja conduta é inafiançável e imprescritível. A pena varia entre um a cinco anos de reclusão, conforme a conduta.
Segundo o IBGE, em 2017, expectativa de vida média das travestis era de 35 anos, enquanto a dos brasileiros era de quase 76 anos. De acordo com a ONG Transgender Europe (TGEu), entre os anos de 2008 e 2016, o Brasil matou mais de 868 travestis e transexuais. Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais em 2017 foram notificados 179 homicídios de travestis e transexuais no país.

 Bandeira da causa LGBTS contra a homofobia  A advogada Hannetie Sato, especializada em Direito de Família no escritório Peixoto & Cury Advogados, afirma que a equiparação ao racismo tem precedentes. “O próprio STF, no julgamento do caso Elleanger (HC 82.424/RS) entendeu que raça deve ser entendido em uma concepção histórica, política e social e não apenas no aspecto biológico”.
Lucas Marshall Santos Amaral, advogado do departamento de Direito de Família e Sucessões do Braga Nascimento e Zilio Advogados e também coordenador da Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero do IBDFAM/SP, avalia que o impasse está mais concentrado em convicções pessoais.
“O melhor é esperar o Congresso Nacional prolongar mais sabe-se lá quantos anos, e arquivar mais sabe-se lá quantos projetos de lei nesse sentido, até que edite uma legislação específica, de acordo com as previsões constitucionais, ou então, achar uma solução jurídica viável (mesmo que provisória), também com amparo constitucional, e então permitir que a população LGBT tenha assegurada maior dignidade em seu convívio social?”, questiona.

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