HAJA CRIATIVIDADE !
Havia um prazo de sessenta dias para pagamento do saldo do preço, sendo que o comprador iria utilizar recursos do FGTS como parte do pagamento, e, a outra parte seria com recursos próprios provenientes da venda de um imóvel, que havia sido transacionado através de financiamento bancário. Ou seja, era preciso receber para poder cumprir o pagamento de parte do saldo do preço.
Ocorre que o processo de liberação dos recursos do FGTS, ficou pronto bem antes do processo de financiamento do imóvel que o senhor Luiz havia vendido. Surgiu então um impasse pois, o senhor Augusto se recusava assinar a escritura para liberação dos valores, já que haveria ainda uma pendência no pagamento. É evidente que ele estava coberto de razão, ela ficaria sem garantia real para receber o restante.
Como desgraça pouca é bobagem havia ainda um agravante, o senhor Luiz havia entrado na posse precária do imóvel, pois precisava fazer algumas reformas, e já havia detonado o apartamento todinho para adaptá-lo ao seu gosto e necessidades. O pepino era bem maior que uma melancia, mas precisava ser resolvido. Com o proprietário do imóvel lá no final do mundo, tudo ficava mais complicado ainda.
Gerente de vendas tem mais é que se virar, o corretor já havia feito a parte dele e inclusive, recebido parte da comissão que havia entrado no ato da assinatura do contrato. Se a venda abre, o bicho pega! E, no entanto, existem donos de imobiliária que pegam no pé do gerente quando ele, segundo eles, fica perdendo tempo com venda já feita!
O pós venda não é visto como primordial o que é um grande erro! No entanto, eu tenho orgulho de dizer que nunca, jamais, precisei devolver um centavo de comissão já recebida. Sempre lutei para tirar a sagrada remuneração na assinatura do contrato e pagamento do sinal, mas, jamais deixei um cliente na mão pelo fato de já haver recebido.
Quando a coisa fica preta, gerente parece goleiro escolhendo canto para defender pênalti, está sempre sozinho e se pular no lado errado, ferrou-se!
Depois de muito pensar vislumbrei uma solução, e assim, como as matrículas das garagens eram separadas, lavramos a escritura de venda do apartamento para liberar o FGTS, as escrituras referentes às vagas foram lavradas posteriormente quando o senhor Luiz já havia recebido o dinheiro da sua venda.
Eu havia conseguido convencer o senhor Augusto lhe assegurando que não haveria problemas para receber o saldo do preço, afinal, um apartamento daquele porte sem garagem não teria nenhum valor no mercado!
(este relato faz parte do meu livro VENDER VENCER Crônicas e Anotações)
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